TUDO O QUE VALE SER FEITO. VALE SER BEM FEITO.
O DESAFIO É SABER O QUE VALE SER FEITO!
Um indivíduo considerado pseudointelectual é aquele que finge ser dotado com um nível de conhecimento profundo e extenso, mas que na realidade é meramente superficial. Também podemos entender como pseudoconhecimento várias formas de conhecimento que se sustentam em opinião própria como se fosse resultado de pesquisas científicas, como crenças em resultados que convém ao informante, propaganda e narrativas tendenciosas.
Vamos nos atentar ao mundo corporativo, em especial nas práticas de gestão. Na prática diária de consultoria empresarial temos nos deparado com a ‘bolha do pseudoconhecimento’, o que encarece as relações interempresariais. Deixar de utilizar consulta especializada encarece o processo e contribui para aumentar os custos dos negócios. Em suma, a execução está demorando mais do que a estratégia e a tática. As empresas estão colocando os executores operacionais − o fazer −para conduzir processos táticos −como fazer −.
Vejamos: uma empresa compra um determinado serviço de outra empresa. Então temos o cliente e o fornecedor.
O cliente tem uma empresa que prima pelas boas práticas de Compliance, ESG, Segurança da Informação, LGPD, ISO, Gestão de Riscos, e outros conceitos e legalidades que devem estar presente na boa gestão corporativa.
Entretanto quando o cliente compra uma solução do fornecedor requer-se estabelecer o contrato de direitos e deveres das partes com as especificações do produto ou serviço comprado. Produto e/ou serviço esse que deve ser entregue observando os conceitos, as práticas e a legalidade aplicadas a relação contratual que se estabelece.
Quando o cliente compra um produto ou serviço ele está colocando dentro da sua casa −a empresa− um estranho – daí a importância da marca −, e para tanto deve tomar todas os cuidados necessários por meio da gestão de risco. Assim, quando uma pessoa estranha e mesmo conhecida vai à sua casa é preciso estabelecer os limites para aquela visita, mesmo que não seja explicito, mas, ao chegar em sua casa o visitante percebe implicitamente o modo de convivência daquela família que está baseada em princípios, normas, regras de convivência e compliance. O correto é que esse visitante se adeque com aquele modo de vida. No mundo corporativo, onde a empresa representa todo um sistema social, a flexibilidade é restrita aos ditames da lei e dos códigos de conduta.
Isso contextualizado, a bolha de pseudoconhecimento ocorre quando o cliente −uma das partes que faz a lição de casa − precisa que o contrato contemple as boas práticas de Política da segurança da Informação, processos que garantam a observância da LGP, Políticas de Respostas aos Riscos que envolvem o fornecimento do produto e/ou serviço, garantia de adoção de práticas de gestão de projeto etc. Nesse momento constata-se que as pessoas do fornecedor envolvidas na transação comercial e na elaboração do contrato, nas entregas e no atendimento não conhecem os temas com a profundidade necessárias a que delas façam uso.
Observo gestores e executivos que pensam conhecer o assunto e quando se põe a discorrer sobre ele expõe seu pseudoconhecimento. Entendi, você vai me dizer, Ricardo, os profissionais não são obrigados a entender de tudo. Claro que não! É disso que estou falando. Não se arisque e não aumente o risco em falar daquilo que não conhece suficientemente para uma conversa em bom tom, valha-se de um assessor, de um consultor especialista para conduzir o assunto.
Com isso, chego no ponto ao qual me propus a escrever este artigo. O Brasil está melhorando em termos de ambientes de negócios, e os gestores e empresários precisam estar atentos as mudanças que pelo amor ou pela dor estão acontecendo. Lamentavelmente mais pela dor provocadas pelas altíssimas multas e judicializações resultantes do ainda ‘jeitinho brasileiro’, apostando que a LGP, o ESG, a ética, os bons e justos costumes não vão ‘pegar’.
Para não me alongar, a bolha do pseudoconhecimento está onerando as relações de negócios e colando em riscos as empresas que estão fazendo o dever de casa como deve ser feito.
Assim, eu recomendo, sirva-se de um profissional especializado e com experiência no tema.
Um dia desses minha esposa, especialista em direito médico, falou-me que um dos seus colegas de advocacia teria dito: “Não tenho medo da inteligência artificial. Tenho medo da burrice natural”.
Não nos iludamos, o mundo corporativo das empresas está cada dia mais complexos e os players estão vindo de todos os lugares do mundo.
Assim, se resolver fazer algo, faça bem-feito.